Onde eu trabalho, trabalham também cerca de 80 pessoas e ando-me a questionar: há uma elevada quantidade de tias em geral ou estão todas concentradas no meu andar? Resposta: Por andar aí pelos 2 edifícios mas não, está tudo aqui nos gabinetes ao lado.
Os vários tipos de tias aqui do burgo (acho que a Ana Bola já escreveu um livro sobre isto...mas não sei qual era a tipologia dela):
a TIA OPTIMISTA - é a que vive no mundo dela, que desconhece os problemas do cidadão comum e acha que tudo é maravilhoso e fácil de resolver. À hora da pausa para o café, quando está na "caturreira" com as amigas, é a que diz mais vezes palavras positivas, tudo é óptimo, giríssimo, fantástico, super qualquer coisa.
a TIA HIPPIE-CHIC - é a que é mais terra-a-terra, pões as mãos na massa quando é preciso, é tão optimista quanto a primeira mas é hiperdescontraída a vestir, mas nasceu numa família abastada e isso nota-se.
a TIA SISSI - para mim a verdadeira tia, sem tiques nem exageros, e com uma classe de imperatriz. Tem postura, é educada, bem formada, inteligente e delicada. Podia viver numa barraca mas teria à mesma uma classe de rainha. Normalmente são umas tias já "entradotas", acima dos 50 anos.
a TIA DECORADORA - a tia decoradora que trabalha aqui, e não as tias decoradoras em geral, não é tia mas quer fazer-se. A função dela exige responsabilidade mas passa o tempo a redecorar os gabinetes, a mudar pormenores e anda sempre muito atarefada, sempre por fora mas ninguém sabe a fazer concretamente o quê, e acho que têm medo de perguntar. É ainda a mais esotérica das tias.
a TIA SOLIDÁRIA - tem daqueles nomes bem compridos, é muito divertida, tem sempre aquele bronze de solário o ano todo mas adora ajudar os pobrezinhos. Já fez voluntariado em África, tem uma rebanhada de filhos e alguns adoptados. Deixa o carro em 2ªfila a empatar a estrada porque acha que os outros tamb´me são bonzinhos como ela e vão compreender.
a TIA CATERING - é contratada em outsourcing para coffee-breaks e afins. É tia em apuros financeiro, que um dia teve de começar a trabalhar, quando o casarão começou a entrar em ruínas. Não é uma tia cozinheira, é antes uma tia empresária, compra umas miniaturas no Pingo Doce e traz um Sunquick, ao qual mistura a nossa água da torneira e assim temos garrafões de cinco litros de sumo, depois a um preço elevado. (Acho que me vou dedicar a este negócio!)
O que vale às tias é que têm todas um grande capital social, maior às vezes que capital económico. Elas são só contactos, e parece que pertencem todas à mesma rede social, porque conhecem sempre um tio, um primo, um amigo da outra (e ainda acham uma tremenda coincidência!) É nessa rede de contactos que se casam (iam casa com pobre, não?!), que aprendem a ir aos mesmos sítios, a pôr os filhos nos mesmos colégios, a irem à mesma Igreja (ah pois, é tudo católico apostólico romano, anda tudo na catequese, nos grupos de casais que ainda não percebi muito bem, vão à missa,...), que recomendam empregadas domésticas umas às outras.
Resumindo, ando um bocadinho farta delas....
1 comentário:
ahaha! boas descrições as tuas sobre as tias, gostei! bjs
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