Um dia destes, participava numa conversa sobre escritores africanos, e dei conta que, em geral, só os conheço de nome. Vai daí, resolvi colmatar esta falha e fui comprar um livro do Pepetela.
Foi uma surpresa. Gostei muito da escrita deste autor.
A Geração da Utopia é o retrato, ao longo de uma geração, da vida de alguns angolanos e da história do país.
O livro divide-se em quatro partes, que se passam em períodos de dez anos. A história começa em 1961, com as histórias dos estudantes universitários angolanos que viviam em Lisboa, numa sociedade fascista e colonial, ao mesmo tempo que se iniciava a luta armada no seu país de origem. Esta é a fase do idealismo, da esperança que através da luta se iria conseguir construir um país estruturado e justo, esquecendo as mágoas do colonialismo. Na segunda parte, em 1972, alguns dos estudantes anteriores vão lutar na guerrilha, no mato em Angola, e aí há o choque entre as convicções idealistas e a guerra, o medo inerente, a covardia associada e a sobrevivência. A terceira parte decorre nos anos 80 e a quarta parte nos anos 90, e aí percebe-se que o que foi idealizado inicialmente é muito diferente da realidade, com os diferentes protagonistas a experienciarem formas diferentes de adaptação.
O livro é sobre a morte do desencanto e da esperança, que vai diminuído ao longo do tempo, é a desconstrução dos mitos utópicos da juventude.
Recomendo!
2 comentários:
fiquei curiosa...
beijos
deve de ser bom, pelo que tu descreves gostei1
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