28.7.11

As vantagens de ser introvertido


Sempre fui introvertida, é um dos pilares da minha personalidade. Não escolhi ser assim mas realmente é a minha essência. Durante anos detestei este meu traço porque as pessoas chateavam-me muito a cabeça e faziam-me sentir mal. Quem é Intro já ouviu milhares de vezes “não fales tanto”, que aí é que o pessoal fica calado… a frustração de não ter uma reposta rápida, na ponta da língua , e o teu cérebro ficar em branco…embora passado um tempo depois te venha à cabeça a resposta perfeita.

Há uns anos atrás li “ As vantagens de ser introvertido” de Marti Olsen Laney e fez-se luz na minha cabeça, descobri que era uma introvertida normal e isso trouxe-me o maior dos alívios. 

O paradigma actual da sociedade ocidental é o da extroversão, há 3 extrovertidos para 1 introvertido, o mundo capitalista valoriza a extroversão, a agitação, o barulho, …por isso é normal que os Intros se sintam um pouco fora de água.

A introversão é, na sua raiz, um tipo de temperamento ( até a nível cerebral, extro e intros têm diferenças, a nível do caminho dos circuitos por onde passam as mensagens ).  Não é a mesma coisa que a timidez, não é algo que se possa alterar, mas pode-se aprender a lidar com ela. 

A característica mais distinta dos Intros é a sua fonte de energia: os Intros retiram a sua energia do seu mundo interno de ideias, emoções e impressões. Pelo contrário, os extrovertidos são estimulados pelo mundo exterior (actividades, pessoas, ..): por exemplo, ficam com mais energia quando falam com as outras pessoas.

Os Intros detestam conversa de chacha, mas se tiver em causa um assunto que dominam vão falar até mais não. Os Intros não falam só por falar, por isso são vistos normalmente como distantes e misteriosos, o que por vezes é também confundido com antipatia.

Muitos Intros não sentem que sabem o suficiente acerca de um determinado assunto até saberem quase tudo. Isto acontece por 3 razões:
1º - Conseguem imaginar a vastidão de qualquer tema;
2º - Já tiveram a experiência do seu cérebro paralisado e em branco e aí tentam preparar-se em excesso;
3º - Como não falam frequentemente daquilo que estão a pensar, não recebem nenhum feedback que os ajude a obter uma perspectiva concreta sobre o que sabem realmente.

Optam por fazer tudo com os seus próprios recursos, por sua própria iniciativa e à sua maneira. Muitas pessoas preferem passar o tempo sozinhas, trabalham melhor de forma independente do que em grupo, e gostam de celebrar os seus anos com os amigos mais próximos e não com grandes grupos. Por isso, tendem a ser classificados como egoístas e individualistas, o que pode não ser verdade. A autora diz que os introvertidos tendem a ser joviais, determinados, bons ouvintes, pensadores criativos e com muito conhecimento sobre si mesmos. “Os introvertidos têm a mente aberta. Eles expressam-se melhor pela escrita do que oralmente”

Marti Laney recomenda que os introvertidos recuperem sua energia física tirando folgas ou passando algum tempo sozinhos para eliminar os estímulos extras e não serem dominados ou sentirem a necessidade de mudar a própria personalidade. No seu livro dá montes de dicas para se tirar vantagem da introversão, em diferentes áreas da vida. Recomendo a sua leitura tanto a intros como a extros, para se compreenderem melhor mutuamente.

5 comentários:

A Minha Essência disse...

O importante é tirar partido do que somos!

Gostei do post! ;)

Unknown disse...

bem, deve ser mesmo interessante esse livro ;) ... gostei de saber :)

Turista disse...

Querida Krasiva, muito interessante este estudo e este teu post. Engraçado, quando era jovem às pessoas introvertidas, chamavam-se tímidas, pois este termo não existia.
tal como dizes por obrigação da própria sociedade a os tímidos, eram "obrigados" a tornarem-se extrovertidos ou então tinham a vida muito complicada.
Hoje os tempos são outros e ainda bem!

Ana disse...

Só exactamente assim - introvertida, e gosto :P Beijinho, querida :)

Ana Sousa disse...

Obrigada pela dica, não conhecia mas já apontei para ler. Revejo-me totalmente, muitas vezes não falo porque não tenho nada para dizer ou não me apetece e depois de ouvir o "não fales tanto" é que fico sem ideia do que dizer. Agora já não me preocupo tanto mas há uns anos achava que era um problema que tinha que contornar, assim como se contorna a timidez, mas não há volta a dar, estou na mesma. ****