Num momento ou outro da vida penso que todas as pessoas passam por essa crise existencial, como acontece no filme/livro "Comer, Orar, Amar", soa-me que mais do que uma vez na vida. Porque é que antes as pessoas não eram tão angustiadas? Talvez porque não existiam tantas escolhas, tantas direcções e tantas possibilidades de estilos de vida.
Até uma certa altura, fazemos o que é previsto pela família e pela sociedade - ser boa menina, não dar problemas, tirar boas notas, ir para a faculdade, não ser Maria Maluca , arranjar o namorado ideal, arranjar um emprego estável, a fazer o que se gosta e a ganhar muito dinheiro, casar, ter filhos....and so on...
... entrentanto, chega a uma dada altura e temos uma crise existencial, como vivemos sempre pelos pâramentros dos outros, e que nós próprios assumimos e aceitámos como certos, há um momento na vida que essas coisas podem deixar de fazer sentido.
Quem sou eu afinal? E depois é só minhoquices na cabeça e baixa auto-estima. E então é preciso parar, olhar para dentro e conhecer realmente a nossa essência. Ao conhecermo-nos melhor, conseguimos aceitar os nossos defeitos e qualidades... e vamos aprendendo a lidar com aquilo que somos.
No filme este processo faz-se em 3 etapas - Comer, Orar e Amar -, em 3 países diferentes (Itália, India, Indonésia), no entanto nós fazemos este mesmo processo sem sair do sítio.
Há uns anos atrás, depois da ruptura de uma relação, fiquei muito magoada e muito deprimida, e decidi investir em mim, para conseguir amar-me e valorizar-me como pessoa. Inscrevi-me num curso de astrologia, não para adivinhar o futuro, mas para me conhecer melhor, para reflectir sobre mim própria, e as coisas começaram a fazer mais sentido. Tive tempo e oportunidade para diferentes experiências e o "Comer, Orar e Amar", no meu caso foi mais "Astrologia, Dança Oriental e ir tudo o que acontecia de interessante nesta cidade".
E comecei a sentir-me muito bem sozinha. Depois quando menos esperava, um dia que me sentia até muito
down e que nem queria sair de casa, uma amiga arrastou-me para uma festa porque não queria ir sozinha. Nesse dia conheci o meu actual namorado e nunca mais nos largamos. Coisas do destino...
Deixei de dedicar tanto tempo nesta busca de mim própria, no sentido em estava muito concentrada em mim... e em parte tenho pena disso. No entanto, também acredito que não nos encontramos sozinhos mas nas relações com os outros... com os amigos, familia, colegas, amores...pessoas que detestamos...
Enfim, para mim a vida é um caminho... de experiências, de alegrias e tristezas, de momentos bons e maus...que nos leva a um crescimento pessoal. Quando for velha não quero ser rica, mas sábia e serena.