O que Ma Yan mais quer na vida é continuar a estudar, com a finalidade de quebrar o ciclo de pobreza da família. Embora a escolaridade obrigatória seja de nove anos na China, principalmente as raparigas dos meios rurais deixam de estudar cedo, para ajudarem as suas famílias pobres.
Ma Yan e o irmão percorrem a pé cerca de 20km de casa à escola, onde vivem durante a semana, faça chuva ou sol, de dia ou de noite, e ainda por cima são assaltados no caminho algumas vezes. Comem basicamente só arroz todos os dias, às vezes legumes ou pão, e muito excepcionalmente sopa de carne. Ma Yan muitas vezes deixa de comprar comida para poder comprar material escolar. Quer sempre ser a primeira da turma, porque de outra forma não se acha merecedora dos esforços que a mãe doente faz por ela.
Uma vez uns jornalistas franceses foram à aldeia de Ma Yan. A mãe dela,analfabeta, e em desespero de causa, entregou-lhes uma carta onde a filha manifestava a revolta por não poder continuar a estudar, bem como alguns diários que Ma Yan costumava escrever. A história de Ma Yan foi assim contada no Libération em 2002 e provocou uma onda de solidariedade entre os franceses, que contribuíram para um criar fundos para Ma Yan e outras crianças na mesma situação para que pudessem continuar a estudar. Este livro são os diários de Ma Yan com comentários do jornalista, que nos contextualiza e nos vai explicando esta realidade.
Encontrei este vídeo, de 2007, em que Ma Yan está prestes a ir para uma universidade francesa.
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