26.7.11

Dia dos avós...


Parece que hoje é dia dos avós. Já falei aqui da minha avó Rosa e como foi fundamental na minha vida. Hoje vou falar no meu avô Pires  (não sei porque não tratávamos por avô António).  


Bebia uns copitos…sempre bem-disposto e a dizer graças…. A meter-se com as meninas (as minhas tias a morrerem de vergonha)… e era conhecido pela sua Canção da Bicicleta que cantava sempre em festas, casamentos e afins. Acho que a minha prima tem a letra guardada, eu não me lembro já bem como era…mas era a dar para o muito brejeiro, falava em virgindade, em sexo, em relações mas tudo com a metáfora da bicicleta. Um dia se encontrar a letra ponho aqui. Mas era um mega sucesso entre os amigos e conhecidos, lembro-me sempre de estarem a pedir para a cantar e a minha avó e tias sempre a morrerem de vergonha mais uma vez.

Andava sempre de pasteleira, com a minha avó sentada atrás. Tinha sido sacristão em jovem e sabia de cor a missa toda em latim. Comprava a Nova Gente para ver a programação da televisão mas na realidade era para ver as fofocas das figuras públicas para poder dizer mal. Apesar de eu fazer anos em Abril, dava-me a prenda só em Agosto, que é quando o meu irmão e prima fazem anos, assim dava a todos os netos ao mesmo tempo...enfim.

O meu avô foi quase toda a vida pastor e depois passou a guarda nocturno de uma fábrica. Quando íamos passear para mais longe, lembro-me de termos de vir sempre por volta às 6h da tarde para o meu avô “ir acender as luzes”…da fábrica. Mesmo quando não estava a trabalhar ia lá dar uma volta e deixava as luzes acesas de noite para afastar os ladrões. No entanto, não dizia que ia trabalhar, dizia que tinha de ir acender as luzes. Durante anos pensei que era o meu avô que acendia os candeeiros da rua. Era sempre ao fim do dia que ele ia, e passando um bocado ficava de noite e as luzes da rua acendiam-se…e eu fiz essa associação tão poética.

2 comentários:

R disse...

Gostei muito deste post sobre o teu avô. É bom recordar os nossos.

Beijinhos

Turista disse...

Querida Krasiva, gostei tanto deste teu texto sobre o teu avô Pires, que nem imaginas! Era bom que não se perdesse a letra da canção que ele habitualmente cantava :)